O Fruto do Espírito: MANSIDÃO

Introdução

Frutos do Espirito

“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” (Gl 5:22).

8- MANSIDÃO

Num mundo que comemora quando dois atletas se chocam e aplaude insultos como forma de entretenimento, a mansidão ainda está em vigor?

Quando ouvimos a palavra manso, imaginamos uma mãe tirando seu filho do berço. Ela o segura suavemente e acaricia sua cabeça, movendo-o lentamente e segurando-o sem apertá-lo muito.

Também podemos pensar em um arqueólogo dentro de uma escavação, desenterrando artefatos com paciência e cuidado, com movimentos suaves de seus delicados instrumentos.

Agora, vamos imaginar a mãe agarrando o bebê pela perna e tirando-o do berço como se fosse um molho de batatas. Imaginemos também o arqueólogo pegando uma pá e quebrando ao acaso a terra ao redor do artefato, esmagando o valioso vestígio da história.

Qual exemplo descreve melhor a maneira como as pessoas se tratam hoje?

O exemplo de mansidão de Jesus

Jesus Cristo, mesmo depois de destacar a hipocrisia dos escribas e fariseus, explicou o espírito de mansidão e mostrou como realmente se sentia para com os que se opunham a Ele. Em Mateus 23:37 ele lamenta: “Jerusalém, Jerusalém, você que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos, como a galinha reúne seus pintinhos debaixo das asas, e vocês não quiseram!

Ter esses sentimentos por outro ser humano é um sinal de mansidão.

Cristo disse em Mateus 11:29: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês encontrarão descanso para suas almas”.

Essa conexão está presente em outras partes da Bíblia. O apóstolo Paulo reforçou esta ideia em 2 Coríntios 10:1: “Eu, Paulo, rogo-vos pela mansidão e ternura de Cristo, eu que, estando presente, sou certamente humilde entre vós, mas ausente sou ousado para convosco.”

Paulo incluiu as palavras ternura e humildade junto com mansidão. Estas palavras ajudam a mostrar que a mansidão exige humildade, porque junto com o orgulho e os sentimentos de superioridade vêm reações abruptas e teimosas, como as de um sabe-tudo.

O que é mansidão?

É a atitude humilde e terna de querer ajudar outras pessoas em vez de querer ser superior a elas. Esta atitude vem de um espírito de amor verdadeiro pelo indivíduo – tendo uma preocupação verdadeira e genuína com o seu bem-estar. Esta atitude manifesta-se na forma como pensamos e tratamos os outros e naquilo que lhes dizemos.

Por que Deus quer que demonstremos mansidão?

Filipenses 4:5 nos diz que “A tua mansidão seja conhecida de todos os homens. O Senhor está próximo.”

Por que Deus quer que as pessoas com quem Ele trabalha se preocupem em pensar, agir ou falar de maneira gentil?

Deus tem todo o poder do universo, porém Ele é muito manso conosco e quer que aprendamos a ser como Ele. Então, quando Ele nos der poder, Ele saberá que não vamos usá-lo de forma cruel ou imprudente.

Como vimos, a humildade está diretamente relacionada com a mansidão, por isso também devemos saber como Deus vê a humildade. Tiago 4:6 e 1 Pedro 5:5 dizem: “Deus resiste aos orgulhosos e dá graça aos humildes” (citando Provérbios 3:34). Deus rejeita o orgulho, incluindo as nossas justificativas orgulhosas para não sermos mansos com aqueles que nos ofenderam, foram duros ou simplesmente pensamos que não merecem mansidão. Essas atitudes nos tornam orgulhosos e nos levam a deixar de lado a necessidade de sermos mansos.

Deus quer nos mostrar a mesma mansidão que Jesus demonstrou com a mulher que foi pega em adultério (João 8:1-11). Em vez de ficarmos cheios de orgulho e de atirarmos a primeira pedra no pecador com justiça própria, deveríamos seguir o exemplo de Cristo, dizendo gentilmente à pessoa para ir embora e não pecar mais. Este é um exemplo de mansidão com o qual Deus quer que aprendamos.

Por quê? Há vários motivos: Deus é extremamente gentil conosco quando pecamos e precisamos de correção, e Ele espera que façamos o mesmo com as outras pessoas. A mansidão também mostra ao mundo que o caminho dos encontros violentos e das situações regidas pelas emoções não é dos melhores. Deus também quer que mostremos mansidão porque os seres humanos precisam de um toque gentil para realmente mudarem suas vidas e se voltarem para Deus.

Um exemplo de mansidão que devemos seguir

Em Atos 17 encontramos um exemplo de quão engenhosa e interessante a mansidão pode ser. Quando Paulo começou sua mensagem aos atenienses, ele levou em consideração a formação e a situação do povo com todos os seus deuses. Começou salientando que eram muito religiosos e depois comentou sobre um altar que vira com a seguinte inscrição: “ao Deus desconhecido”. “Aquele que você adora, portanto, sem conhecê-lo, é aquele que eu lhes anuncio” (v. 23).

Essa foi uma forma gentil de mitigar a ideia de dezenas de deuses e focar no Deus verdadeiro. Embora alguns zombassem, outros queriam ouvir mais, outros ainda aderiram e acreditaram.

Imagine se Paulo não tivesse sido gentil nesta situação e dissesse: “Povo de Atenas, vocês pecaram gravemente com seus deuses terríveis! Vocês ignoram tudo que é religioso! Orem por misericórdia, pecadores ímpios, para que não sejam abatidos como os ímpios!” Ele teria seguidores? Provavelmente não. Paulo verificou o que diz em Provérbios 15:1: “A resposta branda desvia o furor; Mas uma palavra dura desperta a raiva.”

Um exemplo a evitar

Dois dos discípulos deram um exemplo de falta de mansidão. A história (Lucas 9:51-56) envolve Jesus Cristo viajando com seus discípulos para Jerusalém. Quando tentaram passar por uma aldeia samaritana, os seus habitantes não quiseram recebê-los porque parecia que iam para Jerusalém.

Tiago e João (que também eram conhecidos como “filhos do trovão”, (Marcos 3:17) perguntaram a Jesus: “Queres que ordenemos que desça fogo do céu, como fez Elias, e os consuma?” (v. 54).

Jesus os repreendeu e disse: “Vocês não sabem de que espírito são; porque o Filho do Homem não veio para perder as almas dos homens, mas para salvá-las”.

Jesus Cristo estava interessado em servir essas pessoas, não em vingança ou em orgulhosas demonstrações de poder. Ele demonstrou o que diz em Ezequiel 33:11: “Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel?”

João e Tiago, a quem Jesus deu o apelido de “filhos do trovão” (Marcos 3:17), tinham muito a aprender com o exemplo de Jesus, ajudando gentilmente essas pessoas a se arrependerem.

Autoexame da mansidão

- Fui manso nas situações que enfrentei hoje? Se não, por quê? Minha maneira de raciocinar era orgulhosa?

- Mostro para com os outros a mesma mansidão que Deus demonstra para comigo? Como?

- Outras pessoas me descrevem como gentil? Ou eles me descrevem como crítico e insolente? Por quê?

- Encorajo gentilmente as pessoas a “não pecar mais”? Ou atiro a primeira pedra com justiça?

Como podemos mostrar maior mansidão?

A mansidão geralmente está associada a algo fraco, suave ou não assertivo. Mas quando vemos que isso é considerado um resultado (fruto) do Espírito Santo de Deus trabalhando em nossas vidas, e que ser manso requer a força do autocontrole, da consideração, do tato e da preocupação — vemos isso de uma maneira totalmente diferente.

Hoje, os exemplos de mansidão são cada vez mais raros. Como ficar acima deste mundo cruel, duro e raivoso que nos rodeia?

Após uma “explosão emocional” ou “desabafo”, peça desculpas o mais rápido possível. Somos seres humanos com emoções muito poderosas e isso pode acontecer conosco, mas uma pessoa mansa perceberá que as coisas que disse podem ter afetado outras pessoas e pedirá perdão, procurará corrigir e alcançar o autocontrole necessário para que estas as explosões não se repetem no futuro.

Lembremo-nos da mansidão de Deus para conosco. Muito provavelmente, não gostaríamos de estar do lado que receberá a nossa “mansidão”; e isso é um problema. Como gostaríamos que Deus nos corrigisse ou nos fizesse perceber algo? Da mesma forma que fazemos com os outros? Em muitos casos, provavelmente não.

Vamos pensar no que nossa atitude reflete. Por exemplo: quando vemos alguém fazendo algo ruim, estamos prontos para bater nele? Ou, em vez disso, temos um caderno pronto com ideias sobre como ajudar a pessoa a vencer o pecado? Manter essas situações em mente muitas vezes pode nos ajudar a perceber nossa falta de mansidão e, eventualmente, nos ajudará a preferir um caderno ou uma Bíblia a um pedaço de pau e palavras duras.

Conclusão:

Ser manso não significa que não devamos ser firmes nas nossas crenças, mas significa que devemos ser sábios e amorosos ao expressar essas crenças aos outros. Deus demonstra amor firme e ensina duras lições aos seres humanos, mas sempre sob a definição perfeita de mansidão.

Agora é a nossa vez. Amém?

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Ministrado em 07/11/2024 por: Pra. Conceição

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